Cada um de nós sabe que uma casa proporciona conforto, segurança e tranquilidade. Vamos supor que temos dois personagens; o primeiro passou boa parte de sua vida acordando cedo e se esforçando no sentido de sempre estar observando e atuando conforme as leis da natureza, procurando se enquadrar harmoniosamente, tirando o seu sustento e ainda buscando melhorar os aspectos externos em sua volta.
O segundo, só se esforçava para tirar todos os recursos da natureza para satisfazer os seus desejos, degradando tudo a sua volta, e no final de todos os dias, retornava ao seu abrigo protegido das intempéries da natureza.
Assim, podemos fazer uma comparação: a casa seria o nosso corpo terreno, o personagem que fica abrigado lá dentro seria a nossa alma e o efeito ou a resposta do clima e solo, o Além. Um dia, esta casa tende a ficar velha e a ser abandonada, e o seu morador tende a seguir para outras paragens. É aí que surgirão os problemas. O segundo personagem verá de repente que o seu ambiente parece muito hostil para si, percebendo que o solo está árido e seco, que ventos empoeirados e fortes o atingem a todo momento, que o sol escaldante e o frio gélido da noite sugam as suas forças, que a sede e a fome parecem cortar a sua garganta e seu estômago. É isso que pode vir a correr de uma forma figurada com uma alma que deixou o seu abrigo para trás, após abandonar o seu corpo terreno.
Muitos temem a morte, porque durante a vida terrena nada fizeram para melhorar ao seu redor e suas convicções interiores, ou nada fizeram para se enquadrar harmoniosamente com as leis da natureza ou leis do Criador.
 O corpo terreno, é como um abrigo, um instrumento protetor para que a alma possa se modificar com tranquilidade, procurando reparar e construir, protegendo do carma que poderia abatê-lo pesadamente durante a sua estadia terrena.
Bem diferente do primeiro personagem, que após o seu desenlace irá apenas encontrar um verde exuberante a sua volta, podendo continuar a atuar e a colaborar em outro nível de aprendizado e vivência.
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